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out
2016

Vídeo: Edinho Lobão deu ordem para polícia do Senado fazer varredura no escritório da família

Na noite deste domingo(23) o Fantástico entrevistou dois agentes da Polícia Legislativa. Um deles denunciou e o outro é testemunha da suposta ação da própria da polícia do Senado para atrapalhar as investigações da Lava Jato e ajudar senadores e ex-senadores.

Ao programa da rede Globo o agente denuncia suposta ação da polícia do Senado para atrapalhar investigações da Lava Jato. A suspeita é que esses policiais faziam varreduras nas casas de políticos para identificar e eliminar escutas instaladas com autorização judicial.

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Ordem para polícia legislativa “limpar” escritório de Sarney partiu do suplente de senador Edinho Lobão(PMDB).

Dos quatro presos na operação, realizada na sexta-feira (21), três deles foram soltos após prestar depoimentos. O único que permanece detido é Pedro Ricardo Araújo Carvalho, chefe da Polícia Legislativa. O depoimento dele foi considerado vago e ele será ouvido mais uma vez nesta semana

A operação se baseou no depoimento de Paulo Igor da Silva. Ele relatou ao Ministério Público Federal que o chefe da polícia do Senado teria realizado medidas de contrainteligência nos gabinetes e residências dos senadores Fernando Collor de Mello (PTC-AL), Gleisi Hoffmann (PT-PR) e dos ex-senadores José Sarney (PMDB-AP), que foi presidente do Senado, e Edison Lobão Filho (PMDB-MA).

O depoimento dele à polícia foi confirmado pelo colega Carlos André Alfama, que depôs como testemunha. Alfama relatou que recebeu ordem, em 2015, para fazer uma varredura na residência e no escritório da família Lobão, no Maranhão e em Brasília, e que se recusou a cumprir.

“Ainda como chefe do serviço jurídico à época, eu informei aos colegas e ao diretor que eram medidas ilegais por serem medidas destinadas não ao interesse público, não à proteção da atividade parlamentar, mas sim a embaraçar uma investigação feita por órgãos oficiais do estado”, disse Alfama.

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Paulo é autor da denuncia do uso indevido da polícia legislativa.

“Na primeira, que foi no caso do Lobão, claramente ele disse que havia uma preocupação de que o Lobão fosse um dos alvos da Operação Lava Jato, dada a proximidade dos fatos que foram apurados e o cargo que ele ocupava na época”, declarou.

Os dois policiais legislativos ressaltaram que os imóveis vistoriados eram particulares e não faziam parte do patrimônio do Senado e contaram que a ordem seguinte causou ainda mais estranheza por se tratar do escritório do ex-senador José Sarney.

“Se a gente poderia discutir talvez uma possível atribuição do Senado para realizar a primeira diligência, na segunda, a gente já não poderia mais nem discutir esse fato já que se tratava de uma dependência que sequer estava com a responsabilidade do Senado Federal. [Porque] pertencia a alguém que não era mais parlamentar e que, acima de tudo, era particular, era um escritório particular. Então, era claramente ilegal”, contou Paulo Igor.

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Carlos é testemunha e confirmou ao MPF a denuncia do colega.

Carlos André afirmou que o diretor da Polícia do Senado orientou os agentes a mentir caso a ação fosse descoberta. “Os colegas que tinham cumprido a busca na casa do senador Lobão Filho, do genro do senador Lobão Filho, foram questionar o diretor Pedro e relataram que o diretor Pedro falou o seguinte: ‘Olha, se, por ventura, um dia vocês forem pegos digam, falsamente’, era uma mentira que o Pedro mandou que eles contassem, ‘que a visita de vocês, a varredura [era] porque o ex-senador Sarney iria receber uma visita do Renan Calheiros”, disse.

Versões

O advogado do ex-senador José Sarney (PMDB-MA), Antônio Carlos de Almeida Castro, afirmou que ele está “atônito, mas tranquilo” com a operação.

“Ele [Sarney] já não usa os serviços da Polícia Legislativa do Senado há muito tempo porque ele não é mais senador. E ele não fez nenhum pedido, a quem quer que seja, para fazer varredura na casa dele. A Polícia Legislativa certamente não fez nenhuma varredura na casa dele nem quando ele era senador. Então a hipótese está descartada”, afirmou o advogado.

Castro também criticou a Polícia Federal e o Ministério Público por terem atribuído ao ex-senador Edison Lobão Filho (PMDB-MA) uma suposta tentativa de obstruir as investigações da Lava Jato.

“Espero que o procurador-geral da República [Rodrigo Janot, chefe do MP] tome providências. É a prova de que parte do PF e do MP faz uso político da Lava Jato”, afirmou o advogado.

Veja a reportagem completa no vídeo acima.

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