03
fev
2017

Quem está ‘amarrando’ o julgamento de Gláucio e dos outros acusados pela morte de Décio?

‘Forças misteriosas’ atuam nas sombras do judiciário maranhense em favor do principal mandante do assassinato do jornalista Décio Sá, que vai completar cinco anos, em abril. 

Mandante da morte de Décio Sá, Gláucio nunca teve julgamento marcado…

A condenação mesma que branda dos acusados de assassinar o advogado Bruno Matos – morto na madrugada do dia 06 de outubro de 2014, no bairro Olho d´Agua – faz remeter a outro crime que repercutiu em todo o Brasil: a execução do jornalista Décio Sá, ocorrido na noite do dia 23 de abril de 2012, em um bar na avenida Litorânea, orla de São Luís.

Enquanto o julgamento do caso Bruno Mattos foi concluído nesta sexta-feira (03) após dois anos do assassinato do advogado, os acusados de mandar executar o jornalista Décio Sá nunca foram a julgamento. O caso está “amarrado” na justiça maranhense e vai completar cinco anos no mês de abril deste ano.

Estamos tratando do mesmo judiciário, que em pouco mais de dois anos julga e condena um crime de grande repercussão, enquanto amarra por outros cinco longos anos o caso Décio???

A comparação de julgamento entre os assassinatos não deixam qualquer dúvida: forças misteriosas atuam nas sombras do judiciário maranhense em favor de Gláucio Alencar Pontes Carvalho, denunciado como líder da organização criminosa que atuou no assassinato de Décio.

O jornalista da editoria de Política do jornal ‘O Estado’, Aldenísio Décio Leite de Sá, o ‘Décio Sá’, de 42 anos, blogueiro mais lido do Maranhão, na época , foi alvejado com seis tiros de pistola  ‘ponto 40’.

De lá pra cá, apenas dois, dos 12 denunciados, foram à julgamento e condenados: Jhonathan de Sousa Silva – réu confesso – foi o responsável pelos disparos de arma de fogo desferidos contra o jornalista, condenado a 25 anos e três meses de prisão em regime fechado; E Marcos Bruno Silva de Oliveira, conhecido como ‘Amaral’, apontado como aquele que deu fuga ao assassino confesso, teve a sentença mantida, em 18 anos e três meses de reclusão, em abril de 2016.

Os outros dez acusados, até hoje nunca foram à julgamento. Confira a situação de cada um conforme apuração do G1-MA:

Dos 12, apenas dois foram julgados: Jhonathan, autor dos disparos, pegou 25 anos em regime fechado; E ‘Amaral’, “piloto de fuga” 18 anos.

1 – Shirliano Graciano de Oliveira: recorre em segundo grau. Ao analisar os recursos, a 2ª Câmara Criminal do TJ-MA declarou nula a pronúncia contra ele;

2 – Elker Farias Veloso:  recorre em segundo grau. O colegiado decidiu pela anulação desde o oferecimento da denúncia, por ausência de individualização de sua conduta. Ele se encontra preso em Minas Gerais, respondendo por outro crime.

3 – Fábio Aurélio do Lago e Silva (‘Bochecha’): recorre em segundo grau. Ao analisar os recursos, a 2ª Câmara Criminal do TJ-MA declarou nula a pronúncia contra ele. Responde m liberdade.

4 – Fábio Aurélio Saraiva Silva (‘Fábio Capita’, capitão da Polícia Militar): recorre em segundo grau. Ao analisar os recursos, a 2ª Câmara Criminal do TJ-MA declarou nula a pronúncia contra ele.Responde m liberdade.

5 – Alcides Nunes da Silva (policial civil): recorre em segundo grau. Ao analisar os recursos, a 2ª Câmara Criminal do TJ-MA declarou nula a pronúncia contra ele. Responde m liberdade.

6 – Joel Durans Medeiros (policial civil): recorre em segundo grau. Ao analisar os recursos, a 2ª Câmara Criminal do TJ-MA declarou nula a pronúncia contra ele. Responde m liberdade.

– José de Alencar Miranda Carvalho (pai de Gláucio): denunciado como responsável pela operacionalização das cobranças que eram efetuadas no interior do Maranhão e como a pessoa responsável pelas ameaças contra aqueles que quisessem dificultar o trabalho da organização ou impedir a sua atuação. Cumpre prisão domiciliar devido a problemas de saúde e recorre em segundo grau.

8 – José Raimundo Sales Chaves Júnior (‘Júnior Bolinha’): denunciado como a pessoa encarregada de intermediar junto ao pistoleiro Jhonathan, acomodar este em uma residência no Parque dos Nobres e efetuar os pagamentos pelas empreitadas de morte de Fábio Brasil e Décio Sá.  Ele recorre, por meio de embargos declaratórios, em segundo grau. Cumpre pena no Presídio São Luís I (PSL I), no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís;

9 – Gláucio Alencar Pontes Carvalho: foi denunciado como líder da organização criminosa. A ele são atribuídas, além de outros crimes, as mortes do empresário Fábio Brasil (PI) e do jornalista Décio Sá. Ele recorre em segundo grau. Cumpre pena no Presídio São Luís III (PSL III), no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís.

10 Ronaldo Henrique Santos Ribeiro: Denunciado pelo Ministério Público como responsável pelas questões jurídicas relacionadas ao grupo criminoso, com a decisão do juiz titular da 1ª Vara do Tribunal do Júri de São Luís, Osmar Gomes dos Santos, em  17 de outubro de 2013, o advogado se livrou do júri popular. O juiz impronunciou o acusado, por não verificar indícios suficientes que comprovem a autoria ou participação do advogado no crime. O promotor de Justiça responsável pela acusação, Luís Carlos Duarte, nas alegações finais opinou pela impronúncia do acusado, tendo em vista a ausência de indícios suficientes que comprovem a participação do advogado na morte do jornalista.

Por fim, cabe-me, enquanto membro da imprensa e cidadão maranhense, peguntar: Quando os mandatos e participantes na morte de Décio serão julgados?

As forças ocultas do judiciário maranhense sabem responder…

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