jul
2025
Prefeitura de Miranda do Norte pagou salário por oito anos para um defunto
Ministério Público investiga pagamentos indevidos a servidor que consta como “falecido” em Miranda do Norte.

Sede da prefeitura de Miranda do Norte; Câmara de Vereadores fica ao lado.
O Ministério Público do Estado do Maranhão (MPMA), por meio da 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Itapecuru-Mirim, instaurou Inquérito Civil para apurar supostos pagamentos irregulares realizados pela Prefeitura de Miranda do Norte ao servidor Rogério Lima Teixeira, entre os anos de 2014 e novembro de 2022, sem a devida contraprestação de serviços.
A investigação teve origem no Procedimento Administrativo SIMP nº 021006-500/2023, instaurado a partir de declínio de atribuição do Ministério Público do Trabalho, com base em denúncia anônima que apontava possíveis irregularidades administrativas e trabalhistas.
Durante a instrução preliminar, foram colhidos elementos que indicam pagamentos mensais ao servidor, por quase uma década, sem qualquer comprovação de vínculo ativo com o município ou de exercício efetivo das funções. A situação se tornou ainda mais grave após o Banco do Brasil informar que, em seus registros internos, o servidor consta como “falecido”.
Diante da gravidade dos fatos e da necessidade de identificar os responsáveis, o promotor de Justiça José Carlos Faria Filho determinou a conversão do procedimento em Inquérito Civil, com o objetivo de apurar eventuais atos de improbidade administrativa e prejuízo ao erário.
Como diligências iniciais, foram determinadas:
Elaboração de representação judicial para quebra de sigilo bancário do servidor;
Consulta ao SIRC e ofícios a cartórios de registro civil para confirmação da condição civil do investigado;
Requisição de documentos funcionais ao Município de Miranda do Norte, incluindo informações sobre vínculos, chefias e controle de frequência;
Oitiva de testemunha vinculada a empresa terceirizada mencionada nos autos;
Análise técnica dos documentos bancários e financeiros já coligidos.
O caso será comunicado ao Conselho Superior do Ministério Público e tramitará sob sigilo, conforme determinado pela Promotoria. Caso os indícios se confirmem, os envolvidos poderão ser responsabilizados por atos de improbidade administrativa, com eventual propositura de Ação Civil Pública e pedido de ressarcimento integral dos valores pagos indevidamente.
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