Proliferação de lixões clandestinos atrapalha combate ao Aedes no município de Raposa. Pesquisador da UEMA identificou 490 lixões clandestinos na Ilha de São Luís. Moradores usam máscaras em casa para aguentar o mau cheiro.
No final de setembro do ano passado, o blog denunciou que um terreno baldio no bairro Jussara, usado como lixão pela prefeitura de Raposa, prejudica centenas de moradores de todas as comunidades circunvizinhas (LEMBRE AQUI).
E na noite desta segunda-feira(21), o Jornal Nacional exibiu reportagem sobre o estudo de Pesquisadores da Universidade Estadual do Maranhão mostrando como é difícil combater o mosquito Aedes aegypti na região metropolitana de São Luís.
Chega um e joga lixo na praça, chega outro e despeja entulho e o que era uma praça, virou um lixão clandestino. A praça do lixo é em São Luís, mas o problema se repete em outras cidades da região metropolitana. Até pertinho da praia, em São José de Ribamar, tem lugar virando depósito pra todo tipo de lixo. O descaso virou tema da aula dos alunos de oceanografia.
“Afeta as comunidades biológicas. Os animais do mesolitoral. É um impacto muito grande de degradação”, alerta Larissa Barreto, professora da UFMA.
Um pesquisador da Universidade Estadual doMaranhão identificou 490 lixões clandestinos só na capital São Luís.
“Contamina o solo. Temos hoje mais de quatro mil poços espalhados em toda a cidade e alguns são poços freáticos, que se contaminam facilmente pelo chorume, que é um produto resultante da decomposição desses resíduos”, explica Lúcio Macedo, sanitarista e pesquisador da UEMA.
Nem o mangue, às margens de um braço de mar, escapou da sujeira. Outra praça cheia de casas por perto já ganhou até um funcionário da prefeitura para “organizar” o lixo irregular. Neste outro lixão, a 10 km do Centro, há uma ordem judicial para a prefeitura interditar o lugar, sob pena de multa diária de R$ 10 mil. A multa já passa dos R$ 3 milhões e nada.
Em outro lugar que não é apropriado pra virar lixão, aos poucos o lixo foi sendo colocado. Foi acumulando e ganhou uma grande dimensão. É até difícil de acreditar, mas isso tudo está numa área residencial: há casas ao redor, famílias vivem ali.
Raposa
Há uma “montanha” de lixo na cidade de Raposa, em uma área de preservação ambiental.
“É muito forte. Para mim, que sou cardíaca, isso é a morte. Isso aqui está me matando”, afirma Eva Melo, auxiliar de serviços gerais.
Usar máscara em casa tem sido o jeito pra aguentar tanto mau cheiro e sem falar no perigo da transmissão de doenças pelo mosquito Aedes aegypti.
“Nós temos a incomodidade de acúmulo de água parada agora principalmente em pneus, causando a proliferação de mosquitos da dengue, da chikungunya, da zika. Então, é um problema sério de saúde pública, de meio ambiente”, destaca Lúcio Macedo, sanitarista e pesquisador da UEMA.
As prefeituras de São José de Ribamar e de Raposa informaram que recolhem o lixo e que orientam os moradores a não despejar resíduos nos terrenos e praias. E a prefeitura de São Luís declarou que recolhe 300 toneladas por dia de lixo descartado irregularmente. E que tem investido na conscientização da população para diminuir o problema.
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