14
ago
2017

Humanização para todos

Hoje, começo desejando a todos um feliz Dia dos Pais, especialmente aos pais que se encontram em atendimento nas unidades de saúde e àqueles que acabaram de ganhar o maior presente de suas vidas. A especialidade da data nos incentivou a levar as comemorações às unidades de saúde e a proporcionar aos pais pacientes e usuários do sistema único de saúde, um momento diferenciado na sua rotina de tratamento. No Hospital de Câncer do Maranhão, por exemplo, os pacientes das enfermarias foram contagiados pela alegria da música conduzida pelo coral formado por profissionais da unidade.

– Carlos Lula, Secretário de Saúde.

Por mais simples que parecesse, a ação despertou nos pacientes reações e depoimentos emocionantes. Todo esse contexto me faz lembrar uma frase de Madre Teresa de Calcutá, Prêmio Nobel da Paz de 1979: “Não é o que você faz, mas quanto amor você dedica no que faz que realmente importa”. São essas, amor e dedicação, duas palavras que tem norteado o nosso trabalho na área da saúde pública no estado, trabalho esse que tem transformado o modelo de atenção e de gestão no sistema de saúde, promovendo a construção de novas relações entre os pacientes e os profissionais, qualificando o atendimento.

Há cerca de 40 anos, o pesquisador e médico libanês Avedis Donabedian desenvolveu uma série de estudos sobre qualidade do atendimento na área da saúde. Em uma de suas pesquisas, ele indica que a percepção do usuário acerca da qualidade dos serviços depende de 30% a 40% da capacidade diagnóstica e terapêutica do médico e de 40% a 50% da relação estabelecida entre os profissionais e os pacientes. Enquanto gestores públicos comprometidos em oferecer o melhor aos cidadãos, nosso papel é desenvolver mecanismos e práticas que favoreçam essa relação.

Como instrumento orientador, temos a Política Nacional de Humanização da Atenção e da Gestão em Saúde, que mesmo instituída em 2003 ainda precisa ser observada. A política tem objetivo de transformar a forma de produzir e prestar serviços de saúde, tornando o processo de atenção menos frio e distante e aplicando a sensibilidade no lugar da impessoalidade. Para isso, faz-se necessário o desenvolvimento de um processo assistencial focado na compreensão das necessidades humanas do paciente. A proposta da política é estruturar a prática do acolhimento, de modo a superar o modelo de atenção centrado no hospital, no médico e na doença.

O modelo que tem se consolidado através de ações e práticas no sistema de saúde pública no Maranhão prioriza o cuidado do paciente e suas demandas, que vão além do físico e alcançam nuances psicológicas, sociais, familiares e comunitárias. Nas maternidades, por exemplo, onde muitos pais acompanham o nascimento de seus filhos, os esforços são voltados para oferecer às famílias um atendimento humanizado, com uma estrutura adequada para possibilitar a presença de um acompanhante homem durante o parto, preocupação que antes não se tinha.

Com o projeto fotográfico “Primeiro Olhar”, na Maternidade Benedito Leite, as mães e os pais recebem gratuitamente um registro impresso da primeira foto do bebê, acompanhado de informações como data e horário do nascimento, peso e altura da criança e o nome do médico que realizou o parto. A iniciativa, também simples, mas significativa, demonstra o envolvimento da gestão com esse momento tão especial na vida da mulher e do homem.

Outras ações como o Cinema nas Enfermarias, no Hospital de Câncer; a Casa de Apoio Ninar, com atividades como arteterapia, pilates e dança para os familiares de crianças com problemas de neurodesenvolvimento; as atividades voltadas para os idosos como pilates, hidroterapia, acupuntura e dança, no Centro Especializado de Reabilitação e Promoção da Saúde (CER) do Olho d’Água; a casa de acolhimento às gestantes em Imperatriz; a capacitação permanente dos profissionais de saúde e o monitoramento da qualidade nas unidades de saúde, são algumas das iniciativas que mostram que o poder público tem visto com outro olhar o usuário do Sistema Único de Saúde, compreendendo melhor suas necessidades.

É assim que vamos consolidando esse novo modelo de atenção nas unidades e nos equipamentos de saúde, tanto nas que realizam desde o atendimento ambulatorial quanto as de média e alta complexidade. Nossa organização não se dá a partir de filas, de fichas ou exclusivamente de agendamento, mas do entendimento de que toda política pública de saúde deve ser voltado ao cuidado do paciente. Nosso desejo é, através da oferta de um atendimento humanizado, mostrar à população que há um SUS que funciona e, assim, promover melhores condições de saúde a pais, mães, filhos, avós, netos…

– Carlos Lula, Secretário de Saúde

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